A professora Edir do Carmo de Castro Cunha, que também é secretária adjunta e ex-presidente do Sintramfor, além de atual conselheira fiscal do Previfor, está iniciando uma experiência nova. Ela se aposentou recentemente na carreira do magistério após 29 anos e meio de muito trabalho nas salas de aulas.
Feliz com as novas possibilidades, proporcionadas pela aposentadoria, Edir contou que já está introduzindo uma nova rotina no seu cotidiano. “Estou fazendo academia, coisa que antes, com a correria de professora, eu não conseguia fazer”, relatou como exemplo da nova fase.
Com mais tempo livre, Edir está aproveitando, ainda, para planejar projetos que, com a correria do dia-a-dia de professora, não conseguiu desenvolver ao longo dos anos em que esteve nas salas de aula. “Quero fazer um curso de fotografia, que é uma coisa que eu sempre gostei e nunca tive oportunidade de fazer. Não é algo que quero para ganhar dinheiro, mas sim para ter experiências com a fotografia enquanto arte”, explicou.
Mais convívio familiar também faz parte da nova rotina de Edir. Ela se alegra, por exemplo, com o fato de poder passar mais tempo com os filhos Ana Cláudia e João Carlos, e com o marido Sirlei Cunha, ou ainda de poder ir ao banco para a mãe. “Adorei ser professora, se me perguntar se eu escolheria novamente a profissão eu digo que sim, mas tudo tem seu começo e seu fim. Agora quero algo novo, estou pensando em fazer também trabalhos sociais e quero aproveitar mais a minha família. Quero experimentar algo novo, que não tive a oportunidade de experimentar enquanto professora”, contou referindo-se também ao curso de fotografia que pretende iniciar.
Carreira
Edir começou a carreira de alfabetizadora em escolas da zona rural. Ela atuou nas comunidades Boa Esperança, Morro Cavalo e Rodrigues durante quatro anos até que começou a dar aulas na cidade, atuando nas escolas Arlindo de Melo, Paulo Barbosa, São Luiz e Cemei. “Durante estes anos, aprendi e ensinei. Deixo marcas na careira porque consegui ser uma alfabetizadora respeitada”, destacou lembrando-se também da atuação sindical e participação em greves e mobilizações em favor da classe.
Nas escolas, durante toda a carreira, Edir trabalhou com crianças de sete a oito anos de idade e avalia que o trabalho foi gratificante. “É muito bom trabalhar com alunos nessa faixa etária. Eles querem aprender a ler e se esforçam muito, são muito motivados”, lembrou.
A professora exerceu papel de destaque também junto aos caixas escolares e no Conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).
Gratidão
O sentimento de gratidão pelas experiências vividas acompanha Edir. “Quero agradecer a Prefeitura, que me acolheu como servidora, e também a todas as pessoas que conviveram comigo nestes 29 anos e meio de magistério”, ressaltou.
Mais trabalho em favor dos servidores
Reconhecida devido à atuação sindical, que já resultou em inúmeras conquistas para os servidores municipais, Edir está disposta a se dedicar ainda mais ao trabalho em favor do funcionalismo. Ela continuará na diretoria do Sintramfor e também no Conselho Fiscal do Previfor, com o diferencial de poder dedicar mais tempo às causas dos servidores.
Edir se engajou na luta em favor dos servidores desde que iniciou a carreira. Com pouco mais de 20 anos de idade, ela ajudou a fundar o Sindicato e foi uma das líderes de uma greve do magistério, que durou quatro dias, durante o Governo do ex-prefeito Jaime Mendonça. Com a situação política desfavorável, a classe foi derrotada na ocasião e durante vários anos não houve nenhuma mobilização sindical marcante em favor dos servidores, no Município. Ela voltou a atuar forte no início da década de 2000, após aglutinação do magistério pela busca de direitos da categoria. Por se destacar no movimento, Edir foi convidada para o cargo de vice-presidente do Sintramfor, a chapa foi eleita, e ao final do mandato ela assumiu o cargo de presidente no lugar de Rios Júnior, que renunciou. No mandato seguinte, Edir foi eleita presidente para o período de 2004 a 2007 e em agosto daquele ano resolveu voltar para a sala de aula. Porém, paralelamente, ela continuou atuando no Sintramfor, em diversos cargos da diretoria, e esteve à frente, junto com outros representantes do Sindicato, em todas as greves e mobilizações convocadas pelo órgão.
Muitos dos direitos atuais e conquistas dos servidores se devem ao espírito de liderança e trabalho de Edir. Por exemplo, ela foi uma das líderes sindicais que participaram da criação do Novo Estatuto e dos Planos de Carreira do funcionalismo, que vigoram desde 2011. “Foram anos de muita dedicação e de muita luta”, relembrou.