Administração escolheu servidores, dentre os que participaram de greve, para cortar pagamento de dias; Sintramfor vai entrar na Justiça para reparar prejuízo e questiona se Moacir também teve desconto no salário quando fez greve, em agosto
Em mais uma atitude covarde contra os servidores municipais, o Gabinete do prefeito escolheu, a dedo, dentre os que participaram de greve, nomes para cortar o pagamento de três dias da paralisação.
O corte nos vencimentos foi constatado nesta quinta-feira (1º), após a Prefeitura entregar os contra cheques indicando os descontos. O detalhe é que foram escolhidos servidores das Secretarias de Saúde e de Educação e apenas alguns de outras áreas para o corte. O Sindicato entende que isso demonstra mais uma tentativa de enfraquecer qualquer movimento do funcionalismo frente aos desmandos da Administração.
Além disso, escolhendo servidores para fazer cortes, a Administração mostrou que age sem isonomia e sem nenhum critério, apenas se posicionando covardemente frente aos servidores, destaca o presidente do Sintramfor, Natanael Alves Gonzaga.
O secretário geral do Sintramfor, João Gonçalves Pereira (João do Povo), também questiona a atitude da Administração. “O atual governo tem que entender que o vale alimentação não é agrado, nem esmola do prefeito, e sim complemento salarial, que conquistamos nas ruas, com muita luta. E no dia 3 de setembro não foi diferente, fomos às ruas para defender nosso direito conquistado: o vale alimentação. Então, que não seja através de medidas covardes e arbitrárias, como essa do governo – que corta dos nossos salários, descontando os dias – que vamos nos acovardar e deixar de lutar pelos nossos direitos. Vamos continuar unidos e mobilizando, pois só através da luta e coragem que venceremos governos autoritários”, comenta João.
Cobrança na Justiça
O Sintramfor tranquiliza aos servidores que tiveram os dias descontados e informa que já iniciou os procedimentos para entrar com uma ação coletiva na Justiça afim de cobrar o pagamento dos dias, já que os servidores paralisaram os serviços por culpa da Prefeitura, que atrasou o pagamento do vale alimentação. “O prefeito disse, em diversas ocasiões, que valorizaria o funcionalismo e não é isso que vemos. Portanto, é hora dos servidores se unirem, cada vez mais, ao Sindicato e não se renderem ao desmandos desta Administração. Nós entramos em greve para lutar pelo vale, que foi conquistado com muita luta, e o prefeito, além de não ter tido a sensibilidade de entender os servidores, que estavam lutando por seus direitos, não abriu ao Sindicato a possibilidade de negociar para que não houvesse o corte, embora nós tenhamos tentado acordo por diversas vezes”, lembra Natanael.
Horas extras
Ao mesmo tempo em que prepara a ação judicial coletiva buscando fazer justiça aos servidores, o Sintramfor questionará, também na Justiça, o não pagamento de horas extras relativas ao dia 24 de agosto, ocasião em que o prefeito fez greve, decretou ponto facultativo, fechou as portas da prefeitura, e muitos servidores tiveram que trabalhar porque seus setores funcionaram normalmente. O Sindicato entende que os servidores que trabalharam durante o ponto facultativo têm direito a receber horas extras.
Dia de greve do prefeito foi descontado?
E o prefeito Moacir Ribeiro que fez greve no dia 24 de agosto, será que esse dia foi descontado na folha de pagamento dele? Essa é mais uma questão que pode apontar para a falta de isonomia da Administração Municipal. Será que houve desconto do dia de greve do prefeito e do secretariado dele, assim como ele mandou descontar do funcionalismo?
“Como não houve sensibilidade da parte do prefeito em relação ao funcionalismo, ele deveria mostrar para a sociedade que está agindo com justiça e também mandar descontar o dia em que ele esteve de greve. Se o prefeito e o secretariado dele não tiveram o dia descontado nos seus contracheques, isso demonstra uma covardia e contradição da Administração Municipal”, opina Natanael.
Greve
A greve foi decretada pelo Sintramfor no dia 3 de setembro. Os servidores paralisaram as atividades por três dias úteis porque não haviam recebido ainda o vale alimentação de agosto, que antes era pago no dia 20 de cada mês. Antes de decretar a greve, o Sindicato tentou, por diversas vezes, acordo com o prefeito, mas a Administração se mostrou irredutível, e só fez o pagamento do vale no dia 8, após a mobilização dos servidores.